MRPP: 40 anos de luta

“No próximo dia 18 de Setembro passam 40 anos sobre a fundação do Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado (MRPP). A fundação do MRPP assinalou de forma indelével um novo rumo na luta proletariado português pela sua emancipação, cortando com anos e anos de oportunismo e de capitulação face ao poder burguês. Com a fundação do MRPP a luta de classes em Portugal passou a ter um verdadeiro intérprete marxista-leninista, bem como uma direcção clarividente, firme e ousada. Tal contribuiu de forma insofismável para a eclosão do golpe de Estado militar de 25 de Abril de 1974 e para o período revolucionário que se lhe seguiu.

Com efeito, o MRPP inaugurou no nosso país uma atitude política radicalmente diferente e inovadora face aos métodos e ao estilo de trabalho a utilizar, face à guerra colonial-imperialista, face à repressão e ao porte dos revolucionários apanhados nas malhas daquela, face aos objectivos tácticos e estratégicos, imediatos e futuros do movimento operário. O MRPP definiu uma linha geral revolucionária, lutou por ela contra todas as vicissitudes, criou novos quadros, fundiu o marxismo com o movimento operário e fez este dar um poderoso salto em frente. Daqui resultou a fundação do Partido, o PCTP - assim se cumprindo o objectivo fundamental da criação do MRPP. Sem uma ideologia proletária, assente no marxismo-leninismo e na experiência histórica do proletariado nacional e internacional um tal objectivo jamais teria sido alcançado.

Hoje, sem sombra de dúvida, é mais do que nunca necessário recolocar essa ideologia no posto de comando de toda a nossa acção política. Sem ideologia revolucionária não há movimento revolucionário - mesmo que uns quantos continuem a gritar aos quatro ventos que as ideologias morreram e que o «pragmatismo» (leia-se, oportunismo) é a única coisa que pode dar frutos.

Armados dessa ideologia venceremos. Armado dessa ideologia o povo vencerá!”

Por toda a história do PCTP/MRPP, por toda a história mundial da luta de classes, pelo futuro e por nós (a quem cabe o seu rumo), apelamos à presença de todos os que se revoltam contra as injustiças e se batem por um mundo melhor, na sessão comemorativa dos 40 anos do MRPP, que acontecerá no próximo sábado, dia 18 de Setembro, na VOZ DO OPERÁRIO, em Lisboa, a partir das 21h.

Venceremos, porque o povo vencerá!

Introdução Ideológica

Boas, camaradas, amigos, jovens no geral.

Sejam bem-vindos ao blog VERMELHORIZONTE, onde, com esta primeira mensagem, que será breve e objectivamente descrita, transmitiremos a nossa posição política, a linha geral deste grupo, a forma como encara a sociedade capitalista e o modo como vê o seu futuro.


Em primeiro lugar, achamos importante salientar que nunca falaremos de nenhum problema particular dos nossos dias sem o englobarmos numa realidade contextual histórica e cultural. Não falaremos do aumento dum certo imposto, da prisão dum certo indivíduo, etc., a não ser para o usarmos como base para a construção de uma mensagem global e revolucionária, pois a nossa base ideológica baseia-se na história a longo prazo, cujas leis naturais (que - atenção! - nada têm a ver com o positivismo), baseadas na teoria da luta de classes, tornam inevitável e independente da vontade do Homem a evolução da sociedade para o socialismo e posteriormente para o comunismo, mudança essa que pode chegar mais cedo ou mais tarde, dependendo da velocidade com que o povo adquirir consciência e se desprender de dogmas manipuladores e gastos.


Hoje há uma raiva generalizada, uma aversão ao "comunismo", derivada dessa falta de consciência que, neste caso, tem como principais culpados os falsos revolucionários, os pseudo-comunistas, os revisionistas, os traidores das ideias Marxistas, que falsificaram os ideais, distorcendo-os para seu proveito, implantando ou tentando implantar modelos sociais que nada têm a ver com o Comunismo; mas também pelo sistema capitalista que, através da classe dominante - a que teme com todas as suas forças a ideia revoltosa de quem lhe tirará os benefícios - controla os meios de comunicação, transmitindo às massas uma ideia errada de socialismo, uma ideia errada de comunismo, uma ideia errada de revolução.


O que nós queremos é uma sociedade sem classes, logo, sem exploração do Homem pelo Homem, logo, uma sociedade onde cada Homem ganha a totalidade do fruto do seu trabalho. Só numa sociedade assim pode haver justiça social (ou há, como dizem os senhores do poder, "igualdade de oportunidades", para um jovem que cresceu no casal ventoso e para o filho do Joe Berardo?). As classes, a propriedade privada e o individualismo desenvolvido por esta sociedade Darwinista Social que é o Capitalismo (cada um por si e que ganhe o melhor) são a origem de todos os males evitáveis, que continuarão até ao dia em que os seus senhores e lacaios sejam encostados à parede e se faça justiça. Não por um Homem que comanda o povo, não por um partido de 100 Homens que comanda um país, mas pela revolta e organização (partidária) da classe trabalhadora, dos oprimidos, e pela formação de um estado por si formado, com um topo que desenvolva uma educação ideológica até que deixe de ser necessária uma estrutura estadual e se alcance o comunismo, onde o Homem não é um instrumento mas uma pessoa verdadeiramente livre, que trabalha pouco (porque o trabalho é dividido por todos, não existindo desemprego, os trabalhos desnecessários deixam de existir (polícia, etc.) e a produção passa a ser controlada de acordo com as necessidades do país), que tem tempo para fazer tudo o que gosta ou quer gostar (desde as artes às viagens), que vê qualquer outro Homem como um igual pois já não existirão divergências de classe, de estatuto, etc.


Che Guevara disse: "Ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética", vocês dirão, talvez, que tudo isto é utópico. Eu digo que não vale a pena lutar pelo que é menos que utópico, que quanto melhor for o nosso objectivo, melhor será o que alcançaremos. E para o alcançarmos o mais rápido possível é necessário não esquecer nunca a famosa frase de Lenine: "Sem teoria revolucionária, não há prática revolucionária.", ou outra de Mao Tsé Tung: "Um exército sem cultura é um exército ignorante. Um exército ignorante não pode vencer o inimigo."


Estudemos, aprendamos com tudo o que podermos, transmitamo-lo, e a revolução chegará a nós tão naturalmente como o da ciência desabrochou o Marxismo.


A revolução é sobretudo dos trabalhadores e dos estudantes. Estudantes que não precisam de andar na escola, que são estudantes a cada minuto ao olhar em redor e ao sentir as injustiças na pele tremente de indignação. A revolução é nossa porque o mundo é nosso.


Viva o Socialismo, viva o Comunismo e vivam todos os que se batem por um Mundo Melhor!


Saudações Revolucionárias,